sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

eu poderia correr por um lago agora. quem sabe assim, teria algo para contar…

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

passando tempo com picles

um dia resolvi sair de casa para dar um passeio. passei pela parada de ônibus e um gato cruzou meu caminho. pelo que me lembro, ele era preto. sim… era preto e seus olhos brilhavam até mesmo quando ainda estávamos no fim da tarde. ele me encarou, eu sei que ele me encarou. não liguei… na volta, passei em frente ao mercado. entrei, fui direto a sessão de conservas. não sabia bem o porquê, só sabia que ia ser divertido se eu ficasse por lá algum tempo. apesar de ter o mesmo clima que todo o mercado, lá era mais frio, e isso me atraiu. passei os olhos pelas prateleiras e me senti melhor. vi uma lata de picles em conserva. olhei pra ele e ele olhou pra mim. nao sei, mas por algum momento, nos conectamos. passei pela porta e um homem grande e com cara de quem brigou com a mulher na hora do almoço disse: “ei, você precisa pagar por isso.”. meu coração parou. fechei os olhos e não fui eu quem respondi, mas sim o picles “ queria ver o campo abaixo de mim. queria poder ouvir o galo cantar. mas vivo no centro e as trevas chegam junto com o novo carregamento da semana. queria ver o campo abaixo de mim. sentir a grama nascendo abaixo da minha carne que parece morrer por aqui…”. aquele homem grande tirou de seu chapéu uma chave e a me entregou e disse “preciso do seu dinheiro, mas não me importaria se levasse meu carro” engatei a chave no contado e disse ao meu grande amigo “a liberdade está aqui.” ele então tirou suas mão do seu pote e pegou no volante e disse-me: “amigo bobo, todos somos prisioneiros e vivemos a nossa vida apenas para tentar escapá-la. mas agora não há barreiras nem obstáculos. a vida começa de novo e de novo, mesmo todos gritando e a querendo de volta. atire-se de seu próprio barco e afogue-se. talvez você se sinta livre e daí tente sempre manter-se livre a qualquer custo, mas esta já não é outra prisão? não, nunca mais vou esperar. não me ligue, não me escreva. posso estar apaixonado por sua filha no futuro então, por favor… fuja do centro. eu não estarei mais aqui…” fechei a porta do carro. saí andando enquanto via a fumaça daquele carro desaparecendo levemente no horizonte.

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