segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A estranha

ela entrou, então, na igreja. parou. retornou ao primeiro degrau. respirou mais fundo que de costume. fechou os olhos por alguns instantes. pareciam intermináveis 5 minutos e que de fato eram. decidiu que teria que dar um passo. estava frio lá fora. parecia que tinha esquecido como mexer as pernas. colocou um pé na frente do outro. se sentiu mínima. foi andando até chegar ao primeiro banco. encontrou uma mulher chorando. acho que seus problemas não eram nada a mais do os dela. sentiu-se egoísta. tentou sentar-se perto dela. ela se afastou um pouco. se aproximou mais ainda. queria enxergar os seus olhos, de perto. a senhora chorosa a olhou, fez uma expressão de repúdio, levantou-se, se mudou para a fileira da frente. a estranha viu aquilo e uma lágrima apenas escorreu pelo canto de seu olho esquerdo. ela também levantou-se, passou ao lado da alma chorosa e passou a mão em sua cabeça. a mulher, que agora parecia mais sofrida que nunca, soltou um grito e a afastou com um empurrão. decidiu então ir até o altar. chegou próxima a imagem de uma cruz. uma música brotou dos fundos da igreja. ouviu muitas vozes ecoando ‘Ave Maria…”. a estranha olhou para trás.

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